segunda-feira, 17 de novembro de 2008

.silêncio

Foto: Verónica de Sousa

Começa um novo dia
Antes não tivesse começado.
Desapareceu a ousadia
e procuro a alegria
em mais um sonho estragado.
Tapo os olhos para não ver os seus gestos
Tento ensinar algo em que sou aprendiz
É agora recordação o que outrora foi audível
Procuro ao viver atingir o impossível
Esforço-me para não perceber o que o seu silêncio me diz.
Durante anos esperei pelo fim
Esperei e desesperei, sob o seu rugido ensurdecedor
Esperei e abdiquei do que em tempos desejei para mim
Esperei e aceitei continuar a viver assim
Abdiquei dos meus sonhos por já não suportar a dor.
Na abundância de som desejei o silêncio
antes não o tivesse desejado.
Hipocritamente escondido, ele apenas consome
Na abundância de alimento, ele faz-me sentir fome
Liberto-me, presa por um grito sufocado
Escrevo um poema que não faz sentido.
Desejo ouvir uma palavra de esperança
ou simplesmente uma palavra vinda de um amigo
apenas uma palavra, de quem se preocupa comigo
"coragem, irmã. depois da tempestade vem a bonança"
Ao afogar-me no silêncio da ditadura
desisto de um sonho que outrora sonhei
Passeio sozinha em ruas de amargura
No fim, o que mais me tortura
é o silêncio que tanto esperei.

segunda-feira, 19 de maio de 2008

.como uma criança

Foto: Verónica de Sousa

O Sol surge no horizonte, anunciando um novo dia
Com palavras bonitas finjo superar o que nunca esqueço
Com um sorriso falso cubro toda a melancolia
A insegurança roubou-me a ousadia
Tudo na vida vem com um preço.
A situação repete-se dia após dia
Mantenho um estilo de vida de sobrevivência
Destruindo o meu interior sem alterar a minha aparência
Aceitando e alimentando esta rotina doentia.
A falsidade cobre com dúvidas a minha vontade de viver
Vejo-me fechada numa prisão de gestos e palavras superficiais
Padrões de etiqueta supostamente essenciais
Sorrisos forçados no meio dos quais tenho que crescer
Uma sociedade conformista num mundo sem ideais.
A frieza dos corações é estupidamente contagiante
Esta gente já nem sabe o que é lutar!
Ninguém arrisca, ninguém quer arriscar
Vejo uma ausência de sentimentos em cada semblante
Não sabem que têm que perder para depois poderem ganhar.
Não sabem que a vida é e vai continuar a ser dura
Não sabem em quem devem confiar
Distribuem gratuitamente a sua confiança
Não querem aceitar a única fonte de segurança
Depositam as vidas numa falsa esperança futura
Não sabem que depois da tempestade vem a bonança.
Têm que aprender a viver como uma criança
Que vive cada dia na sua simplicidade
Não se preocupa com o que vai comer
Não se preocupa com o que vai ter ou não ter
Tudo aparecerá quando houver necessidade.
Hoje vivo assim, e assim tenho paz.
Hoje vivo, sonho, luto, sei ganhar e sei perder
Não vivo dependente de alguém incapaz
Vivo dependente do Rei dos reis
Aproveito cada dia, cada momento que a vida me traz
Porque ser cristão é seguir leis
Ser cristão é saber viver
Não o ser é apenas sobreviver.

terça-feira, 15 de abril de 2008

.demasiado tarde

Foto: Verónica de Sousa

Eu tive o melhor namorado do mundo.
Por tudo e por nada trazia-me flores,
Frascos caros com raras fragrâncias e odores,
O poema de amor mais profundo,
Ele era um sonho tornado real
Deu-me uma relação desprovida de dissabores
Como eu me sentia especial!
O dia do nosso casamento foi lindo
Tudo perfeito, tal como eu sonhava desde criança
Ainda vejo os seus lábios sorrindo
Os seus olhos transmitindo
"Ao meu lado estás em segurança."
Eu acreditei, se acreditei!
Tinha à minha frente a mais bela relação
Tinha ao meu lado o homem com que sonhei
Estava a entrar numa vida de perfeição
Quem me dera nesse dia já saber o que hoje sei!
Os problemas começaram desde o primeiro dia.
Gritos, discussões, ameaças, agressões,
Mas a culpa não era dele, mas da minha ousadia
Eu é que era egoísta e não o compreendia
Tinha que compreender as suas razões
Era pelos meus actos que ele me batia.
Nunca mais me trouxe flores.
Nunca mais me dirigiu o seu sorriso
Dirigia-o a outros olhos, a outros amores
Batia-me até eu não suportar as dores
Nunca me deu o que realmente preciso
Vigiava-me e controlava os meus passos
Explicava-me o que os meus olhos não viam
"A culpa é tua. Sou assim porque não sabes amar."
Entregava o afecto que me pertencia noutros braços
E os murros que esses braços mereciam
À minha face vinham parar.
Os anos passavam, não havia Natal
Ele esqueceu o meu aniversário, até a minha idade
Tudo se repetia dia após dia
Todo o seu ódio e toda a sua maldade
Mais um dia neste ciclo sem fim,
E como eu gostaria de voltar a receber flores!
No fundo, a culpa só podia ser minha
Eu é que o contrariei e as coisas ficaram assim
Eu é que existo como se vivesse sozinha.

Hoje ele comprou-me flores. Muitas flores.
Hoje é um dia realmente especial
Na última semana ele bateu-me tanto
Que eu fui em coma para o hospital.
As lesões era demasiadas em todo o meu corpo
Os médicos tentaram evitar o inevitável
Morri ontem, às 05h da manhã, sozinha e desfigurada
Hoje é o dia do meu funeral
Mergulhei para sempre num sono profundo
Mas a culpa não foi dele, eu é que agi mal
Afinal, eu tive o melhor namorado do mundo.

terça-feira, 1 de abril de 2008

.de olhos fechados

Foto: Verónica de Sousa

De olhos fechados avanço sem ter chão
Os meus pés em sangue já não sentem a dor
Toda a superfície de que piso está coberta de vidros
Cacos da garrafa partida, encharcados nos restos do licor
Cacos da minha família dividida,
encharcados nos restos da minha vida sem sabor.
O álcool que inicialmente foi tão doloroso
Saturou o meu corpo e a minha mente;
Impediu-me de ver o seu ar de gozo
tornando-me totalmente imune e indiferente.
A minha indiferença foi o combustível do seu rancor
E esse fogo alastrou por fim
reduzindo a cinzas a importância da minha imunidade
dando-me a beber um copo de pavor
fazendo-me duvidar do que sabia ser verdade
e roubando a melodia que outrora houve em mim.
De olhos fechados, percebo que não posso continuar
Pelo menos não sozinha.
Levei a situação ao limite, tentei realizar o impossível
Avançando de olhos fechados, não soube ver quando parar.
A minha imaturidade é visível.
Eu não quero a vontade dEle, quero apenas a minha.
De olhos fechados sei que Ele está aqui
No fundo sei que sempre esteve ao meu lado
Eu escolhi não o ver, ignorei-o e parti
Voltei as costas ao meu Pai Amado
Fechei os meus olhos, e nunca mais os abri.
Hoje olho para a frente, porque não posso mudar o passado.
De olhos fechados ouço o Seu convite
De olhos fechados seguro a Sua mão
De olhos fechados confio-Lhe a minha vida
De olhos fechados recebo a salvação.
E apesar de não ver, sei que já não estou perdida
Fiz as pazes com Ele, sigo-O de olhos fechados
Irei para onde Ele me levar
Só porque sei que não deixa os Seus filhos desamparados.
E se for da Sua vontade,
um dia abrir-me-á os olhos, dar-me-á novamente a visão,
permitindo-me ver que no meio da maior tribulação
Ele mostra todo o Seu amor e fidelidade
que perante a minha maior transgressão
Ele queima a mentira e repõe a verdade
e dando-me assim mais um motivo
para conseguir cantar na tempestade!

segunda-feira, 10 de março de 2008

.sonho

Foto: Verónica de Sousa

Sonhei que acordava com a luz rosa e alaranjada da alvorada, num lugar diferente. Um lugar onde tudo é de uma beleza e perfeição cristalinas.


Ao abrir os olhos, toda aquela luz de tonalidade única e a brisa fresca matinal invandem-me. Ouço a melodia das ondas, tropeçando e deslizando ao mesmo tempo que a sua espuma branca se desfaz na areia finíssima, vez após vez. Olho à minha volta. O que vejo é algo maravilhoso e inexplicável. Os pássaros cantam, o vento encarrega-se de acompanhar a sua melodia, passeando-se entre as àrvores e escolhendo ora sons graves, ora sons agudos, e encaixando perfeitamente na melodia assobiada docemente pelos pássaros.


Levanto-me pela primeira vez, e admiro toda aquela perfeição; deslumbrada, viro-me de costas para o mar, reparando pela primeira vez na paisagem verde que tenho atrás de mim. Toda a floresta parece estar viva, como se tivesse sido criada naquele momento, só para que eu a visse. impressionante. A sensação é que a floresta me chama para entrar nela. Como é mais forte que eu, acabo por entrar mesmo. Enquano me vou embrenhando pelo meio das árvores, perco por completo a noção do tempo.


Chego finalmente a um sítio diferente, com a sensação de ter andado horas. É uma espécie de descampado, no meio daquele paraíso. No meio deste descampado há uma rocha bastante grande. Subo para ver à minha volta. Olho para a direita, vejo mar; olho para a esquerda, vejo mais mar... tenho mar a toda a volta! Estou cercada, presa naquilo que agora percebo ser uma ilha. De repente, toda aquela maravilha se torna num pesadelo. Penso em pedir ajuda, mas não há ninguém. Estou sozinha no meio de nada. O céu limpo cobre-se rapidamente com nuvens grandes e negras. Começa a chover torrencialmente. Todos os pássaros desaparecem; aquele sussurrar do vento transforma-se num rugido assustador. Aterrorizada, tapo os olhos com força. Desejo apenas que isto acabe. De repente, um ruído fortíssimo impõe-se a tudo o resto. Abro os olhos completamente atordoada; vejo o brilho das letras fluorescentes do meu despertador. São 7horas em ponto. Levanto-me aliviada e, pela primeira vez, satisfeita com a imperfeição da realidade.

sexta-feira, 7 de março de 2008

.buracos na estrada

Foto: Joana Wagner

Abro os olhos, sinto a brisa fresca no meu rosto
À minha volta, sorrisos desconhecidos fixam-se em mim
Todos querem tocar-me, pegar em mim ou apenas ver-me a dormir
Sou para todos um motivo de festa e alegria
Encontro segurança no peito a que me encosto
Não sei porque está aqui tanta gente a sorrir assim!
Todos ficam parados de repente, como que à espera de me ouvir
Solto-me num choro, percebo o motivo desta agitação
Cheguei à estação para iniciar a viagem da vida.
Uma senhora de branco diz que está tudo bem com o meu coração
Estou bem, segura e preparada para a partida.
Dão-me tudo o que é necessário para começar
Ponho malas às costas, nas mãos, de forma a poder levar tudo;
tudo o que preciso, tudo o que não preciso,
tudo o que talvez nunca venha a precisar.
Com dificuldades em caminhar ouço um apito agudo.
Chegou a hora!
Subo para o comboio e procuro o meu lugar
Lentamente, o comboio começa a avançar
O que durante nove meses esperei, chegou agora
A viagem decorre normalmente.
Várias pessoas trazem-me comida, vestuário e educação
Trabalho para atingir o meu objectivo: chegar à última estação.
A carruagem começa a abanar violentamente
Não sei o que se passa, assustada tento não cair
Num movimento mais violento, a carruagem começa a rebolar
Obviamente estamos fora dos carris, e o comboio seguiu
A nossa carruagem por algum motivo saiu do lugar
soltando-se do resto do comboio e saindo do caminho.
Quando finalmente paramos, levanto a cabeça devagarinho.
Observo apenas medo, dor, destruição,
É legível o pânico em cada olhar.
Vejo que alguns deixando-se vencer, não conseguiram aguentar,
vejo que poucos sobreviveram a esta primeira frustração.
Levanto-me sem vontade de continuar.
Sei que estou ferida, mas não sei com que gravidade
Começo a abrir e fechar malas à procura de algo
Para que trouxe tanta coisa?? Tenho tudo e não tenho nada!
Encontro tudo menos o que preciso na realidade!
Quando estou farta e prestes a desistir,
vejo no fundo da minha mala uma Bíblia abandonada
Encontrei a chave, o mapa, a hipótese de prosseguir.
Levanto-me nos destroços, olho para a frente e tento sorrir
Vejo-me entre choro, gritos e corpos numa encruzilhada.
Quando consigo sair daquela maldita carruagem
vejo que chegou a altura de ser independente.
Engolindo o meu ego, pego em tudo e dou um passo em frente
Estou pronta para iniciar a próxima etapa da minha viagem.
Começo a avançar com dificuldade
devido ao peso da bagagem.
Custa, mas decido abdicar de parte
e avanço agora com menos peso, um pouco aliviada.
Continuo passo a passo, caminhando pela estrada
Uma estrada difícil e irregular
cheia de curvas apertadas que me cansam
e buracos que me fazem cair, vez após vez.
Observo a criança que sou, vejo a minha pequenez,
percebo que lábios manipuladores me enganam
e a bagagem que carrego mostra a minha insensatez.
O fardo é demasiado pesado!
Abandono tudo, guardo apenas a Bíblia
Agora, lendo, vejo-me reflectida em milhares de espelhos
Chego a Salmo37.5 e lembro-me do que tenho estudado
"ninguém chega tão alto como um cristão de joelhos!"
Sigo então, pela primeira vez realmente preparada
Não vou sozinha nesta viagem
Persistente ou com dúvidas, avanço para o meu alvo
O caminho é longo e o meu ego está em cacos
Tento levantar-me, mesmo estando esgotada
depois de tropeçar e cair nos buracos.
Como todos, percorro a estrada da vida.
Como poucos, tenho a chave para a percorrer.
Hei-de cair muitas vezes, hei-de ficar cansada
Hei-de levantar-me também, e continuar a caminhada.
Porém, não hei-de ser criancinha inocente
Cresci, aprendi, agora vivo consciente
Há buracos nesta estrada!

quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

.direcção errada

 
Foto: Verónica de Sousa

Pisando a sinceridade
mostrava uma falsa inocência;
nem eu conhecia a verdade!
A Mentira era a minha cidade,
o Egoísmo, o meu mundo em decadência.
O meu lar de indecência
era a própria Desonestidade.
Achava que tudo estava certo
Achava que tinha razão
Não compreendia a confusão
Não fazia sentido estar tão perto
de toda esta destruição.
Não compreendia tanta frieza,
tinha o caminho totalmente escuro.
Tentei avançar.
Percebi com tristeza
que na minha frente tinha um muro
escondendo de mim o meu futuro,
tirando-me uma última réstia de beleza,
e impedindo-me de sonhar.
Já não sabia o que fazer.
Não conseguia ter paz.
De repente fez-se luz,
eu tinha que voltar atrás!
Nunca soubera recorrer
ao maravilhoso Guia que me conduz.
Parei um pouco e olhei para a estrada.
Passara anos a lutar e sofrer
percorrendo o caminho certo,
na direcção errada.

.passo em falso


Foto: Verónica de Sousa
O caminho é longo.
Verifico se tomei todas as precauções
para poder percorrê-lo sozinha.
O orgulho controla as minhas acções.
Não quero ouvir outras opiniões
só quero saber da minha.
Ajo em função de um orgulho cego
Quero sozinha combater esta batalha
e quero fazê-lo sem uma falha
para poder alimentar o meu ego.
Começo a minha caminhada
deixando o mapa para trás.
Sou uma presa fácil para qualquer predador.
Sem perceber como, sou apanhada
por algo cujo único desejo voraz
é ver-me desesperada,
agoniada pela dor.
O chão em chamas gela os meus pés
A pouca água que resta seca-me a garganta
Um passarinho à minha frente não voa nem canta
mas arrasta-se, chorando enquanto pergunta:
"Mas quem é que tu achas que és?!"
Percebo o mal que fiz
Prejudiquei toda a gente
Pensei que ia ser feliz
Com o plano que tinha em mente.
Mas Ele vem, o meu Guia,
e traz consigo o abençoado mapa
Não critica a minha rebeldia
Envolve-me na Sua doce capa
Perdoa-me, vendo o meu arrependimento
traz-me paz e alegria
no entanto, um aviso.
Começo a andar num passo mais lento
faço uma pausa que me alivia.
Não voltarei a esquecer-me do que preciso.
Olha para os meus pés, enquanto me descalço.
"Avança com ousadia;
no entanto, tem cuidado.
Tens um predador derrotado
à espera do teu próximo passo em falso."

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

.luz nas trevas

Era legível segurança no meu olhar
Milhões de luzinhas iluminavam o meu caminho
Eu tinha tudo controlado, sabia o que esperar
Pensava que sabia com o que contar
Quando pisei o primeiro espinho.
Por um momento vacilei.
Uma das luzinhas apagara
Impedindo-me de ver o espinho, quando o pisei.
Aquela zona já não era tão clara
Tornava-se mais difícil caminhar.
A escuridão tornava aquele lugar inseguro
O medo sufocava-me, abafando o meu cantar.
Respirei fundo, dei mais um passo.
Pareceu-me ver tudo mais escuro.
Olhei à minha volta, observei aterrada
Que aquele já não era o mesmo espaço
Tudo estava diferente, nada era igual
Nada era estável, nada era seguro
Outra luzinha estava agora apagada
Começava a ver as coisas a correrem mal.
Pestanejei num momento.
Quando abri os olhos tudo estava escuro
À excepção de uma luzinha de cristal
Que se mantivera acesa durante todo este tempo.
Avancei para ela em busca de refúgio
Não tinha como ver o caminho
Aquela luz era a minha única referência de segurança.
Por muitas vezes escorreguei.
Olhando para trás, via tudo luminoso, via esperança.
A cada passo, um novo espinho.
Queria voltar atrás, mas continuei.
Sentia-me sozinha, avançava devagarinho.
Completamente ferida e esgotada
Finalmente cheguei.
Aquela luz iluminava a estrada
Iluminava o mundo
Iluminava o meu coração.
Abracei-a por um segundo
Estava feliz e transbordava gratidão.
Mas num momento tudo mudou.
O que eu mais temia aconteceu
O meu coração parou
Aquela luz desapareceu.

Fiquei sozinha, perdida na escuridão
Olhei para dentro de mim
Vi o meu egoísmo, compreendi a sua dimensão
Fiquei estática, horrorizada,
Não me conhecia como sendo assim.
Ao perceber isso, e ao pedir perdão
Foi como se fosse purificada.
Uma luz maior que todas as outras acendeu
Eu estava pela primeira vez em segurança
Na insegurança do lar que Deus me deu.