sábado, 9 de janeiro de 2010

.abrigo

Há algum tempo que não escrevia,
À partida é um bom sinal.
Já em pequena superava com poesia
Cada provação que me abatia
Só escrevo quando estou mal.
Com 18 anos sinto-me caquética
Vivo a um ritmo alucinante
Sufocada por uma questão genética
Perco num desabafo a minha veia poética
Sou invadida por uma inquietação angustiante
e nada faz sentido.
Vivo sem realmente viver
Sonho sem realmente sonhar
Quando o inimigo toma o poder
Eu podia ser dona da razão, dona do saber
E não teria a capacidade para o derrotar.
O mais ridículo, o que mais me admira
É que fui em quem deu o poder ao inimigo
Eu acreditei em cada mentira
Eu desisti do sonho que perseguira
Eu sai do meu abrigo
e nada faz sentido.
Hoje, sem saber porquê, vivo um castigo
Algum tipo de punição
Vivo cada dia no meio do perigo
É preferível ter a vida de um mendigo
A ter tudo e perder-me na agressão.
A rua não é a minha casa
Mas atrevo-me a dizer... antes fosse!
Cada minuto com ele só me atrasa
É suposto mostrar-me calma, e por dentro estou em brasa
Transformei em pedra de sal o que outrora foi doce.
e nada faz sentido.

Nada faz sentido.
Tudo está controlado
e nada faz sentido.
O futuro, o presente e o passado
e nada faz sentido.
Acredito que tudo se vai resolver
Ou pelo menos finjo acreditar
Acredito que um dia vou perceber
Que um dia vou poder viver
Viver tudo o que até hoje só pude sonhar.
Acredito que um dia viverei num lar abençoado
Que um dia derrotarei o meu inimigo
Acredito que um dia poderei deixar o passado no passado
Acredito que um dia terei o meu futuro à tanto esperado
Acredito nisto, enquanto estiver no abrigo.
Porque se saio para o mundo real
Se ouso ultrapassar este muro
Vou acabar numa realidade imoral
Numa terra sem luz e sem sal
E pior, perco o meu único porto seguro.
e nada faz sentido.

'Vinde a mim todos os que estais cansados e oprimidos e eu vos aliviarei! E aprendei de mim que sou manso e humilde de coração! Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve!' Jesus Cristo

2 comentários:

Diogo disse...

O poema é triste, aliás, estive a ler outros teus poemas e também o são, outros que ja tinha lido voltei a ler. a leitura da maioria fez-me arrepiar, a tua poesia é sublime. gostei muito de ler e, acredita, continua a acreditar pois se Deus é connosco, quem será contra nós?
continua firme.
bjinhos grandes
Diogo

Wesley Ferreira disse...

Ainda que voltaste a escrever.
A escrita é sempre uma fonte de calma e mansidão.
Lembra-te de algo: Deus lê =D Ele também lê a tua dor, v~e a tua dor e cura a tua dor. Dá paciência ao tempo... e ele te dará mais paciência!
E eu também estarei aqui, sempre que precisares, e, se eu falhar, perdoa-me.
Continua... *****