sexta-feira, 19 de março de 2010

.casa sobre a rocha

Tudo o que eu pedia era um pouco de estabilidade.
Acolheria o primeiro abraço que me quisesse acolher
Guardava no coração os recantos da cidade
E deixava-os escapar, livres, em lágrimas de saudade
Desabafos, poesia de situações que nunca quis viver.
Hoje trago comigo um ‘eu’ prematuro
Obrigado a crescer depressa, num labirinto
Actualmente, num turbilhão de sentimentos que misturo
Eu tento estar à altura do desafio, juro!
Mas acabo a fugir à realidade, vivendo no quadro que eu própria pinto.
Fujo vez após vez àquele confronto ‘acidental’
Um dia começo a andar com um canivete
Sei que devo ser luz, sei que devo ser sal,
Mas aquela capacidade mórbida de ser pontual
Altera-me e destrói-me de cada vez que se repete.
Distribuo sorrisos na morada da tristeza
Encontro refúgio em propriedade alheia
Pai, tu és o meu refúgio e fortaleza
Tu és a minha força em tempo de fraqueza
Eu estava a construir uma casa sobre a areia
Construi sem planear
Um projecto sem estrutura
Hoje consigo estruturar
Não estou sozinha, sei quem me pode amparar
Não tenho medo, nem na noite mais escura.
Não faz sentido tocar uma música e alterar-lhe o andamento
Não faz sentido tentar iluminar uma cidade inteira com uma tocha
Por vezes temos que esperar pelo acalmar do vento
Por vezes é a dar voltas ao cruzamento
Que conseguimos construir a nossa casa sobre a rocha.


'Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha. E desceu a chuva, e correram os rios, e assopraram os ventos, e combateram aquela casa, e não caiu, porque estava edificada sobre a rocha. E aquele que ouve estas minhas palavras e não as cumpre, compará-lo-ei ao homem insentato, que edificou a sua casa sobre a areia. E desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e caiu, e foi grande a sua queda.' Mateus 7.24-27

Dedicado.

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